A culpa surge quando uma ação nossa não foi congruente com os nossos valores atuais. Reavaliamos as atitudes do passado e, à luz da nossa consciência de agora, reprovamos o que fizemos ou não fizemos:
A forma ríspida como falámos, a atenção que não demos a alguém, a excelência que ainda não atingimos, a maneira como nos desleixámos com o nosso corpo, a paciência que não tivemos, as oportunidades que nos escaparam, a forma como errámos…
Nós, mulheres, vistas pela sociedade como “super-heroínas”, estamos ainda mais sujeitas ao perfecionismo e, consequentemente, às armadilhas da culpa.
Um truque para decifrares a tua culpa é apurando a tua lista mental do “deveria”:
– Eu DEVERIA ter feito…
– Eu DEVERIA ter sentido…
– Eu DEVERIA ter sido…
algo diferente. Sempre diferente.
A culpa aprisiona-nos, pesa-nos e retira-nos o prazer de viver.
Culpamo-nos quando falhamos ao nosso ideal imaginário sobre como deveríamos ser, sentir e agir, ignorando a vulnerabilidade inerente a sermos humanas e a irmos aprendendo ao longo do caminho.
Além disso, acredito que atraímos aquilo que vibramos, e que as emoções que sentimos de forma mais consistente influenciam (muito) o nosso ponto de atração. Quanto menor é a qualidade vibracional dessas emoções, piores são as situações que atraímos para a nossa vida.
De acordo com a Escala Emocional de Abraham Hicks, a culpa é uma das emoções com um nível vibracional mais baixo (entre 22 emoções, encontra-se em 21º lugar), tendo uma vibração menor do que o ódio, a vingança ou a raiva. Dá para acreditar? Sentirmos culpa continuamente é enfiarmo-nos num buraco cada vez mais fundo, sem luz à vista.
Não é fácil para quem tem padrões de perfecionismo muito enraizados, libertar a culpa de um momento para o outro.
No entanto, se te deixas facilmente afundar na culpa, podes começar por fazer algumas mudanças, nomeadamente estares mais atenta à forma como falas contigo. Ao notares que começas a dizer coisas como “Eu sou sempre a mesma coisa” ou “Eu deveria ter feito/sido/sentido assim ou assado…”, impõe-te e diz para ti mesma: “Não me vou maltratar! Para uma próxima, eu escolho fazer antes desta forma…”, “Eu fiz o que deu naquele momento, dei o meu melhor com o que sabia”.
Experimenta! Desta forma, estarás a responsabilizar-te e em aprendizagem, ao mesmo tempo que te permites seguir em frente.
Até breve <3
Sílvia Xará