Tenho sido convidada pela Vida a olhar e integrar de forma mais profunda o tema do Perdão.
O Perdão, ou a ausência dele, é algo que, de facto, determina a alegria, a liberdade e a leveza com que vivemos a nossa vida.
Então hoje decidi falar um pouco sobre ele.
Porque é tão difícil perdoar?
– Temos a ilusão que perdoar é considerar que a ação que nos infligiram “não teve mal nenhum”, ou que, ao perdoar, estamos a submeter-nos emocionalmente ao outro
– O Ego perceciona que, ao “não perdoar” estamos no “controlo”, a “castigar” o outro (que, no nosso entender, é o que essa pessoa “merece”)
– O Ego alimenta-se da separação, e faz questão de relembrar (e até aumentar) as mágoas que percecionamos que o outro nos provocou
– Encaramos que, se perdoarmos, estamos a fazer algo benéfico pelo outro (quando é uma ação acima de tudo para o nosso próprio bem-estar e evolução)
– O “não perdoar” mantém-nos numa postura de vitimização e rigidez de pensamento, da qual se vai tornando cada vez mais difícil sair.
Como podemos vivenciar o processo de perdão?
– Toma o teu tempo, não tenhas pressa e não coloques emoções para debaixo do tapete
– Permite-te chorar, gritar, o que for que te permita expressar emocionalmente (fá-lo não a partir de uma postura de vítima, mas a partir da impotência e tristeza que sentes por aquela situação estar a acontecer)
– Quando te lembrares da pessoa em questão, procura percecionar que esse alguém, tal como tu, tem um lado Luz e um lado Sombra, e que o Ego tomou de tal forma conta dessa pessoa que a levou a ter ações menos boas
– Compreende que perdoar não é concordares com as ações que te magoaram, nem é quereres ser próxima da pessoa em questão. Perdoar é limpares a negatividade do vínculo entre ti e o outro, e é desprenderes-te energeticamente dessa pessoa para seguires em frente
– Finalmente, procura entender porque atraíste essa situação e a respetiva aprendizagem (nada acontece por acaso)
Repara nas Leis do Universo. Uma delas diz-nos que “Tudo está em ordem”, outra transmite-nos que “Tudo é um espelho”.
Se foste traída, questiona-te: “de que formas eu me traio?”; se foste enganada reflete: “onde não sou totalmente verdadeira e transparente?”; se foste abandonada, pergunta-te: “de que formas eu me abandono?”.
Além disso, e aceitando a existência de vidas passadas, desconhecemos muitas ações do nosso passado que levaram a determinadas consequências nesta vida (isto não é para nos culparmos, apenas para nos ajudar a entrar na energia da aceitação).
Quando sei que já perdoei?
– Quando olhas para trás e sentes que tudo aconteceu exatamente como tinha de acontecer.
– Quando te lembras da situação e não ficas alterada emocionalmente, de uma forma significativa.
– Quando, querendo ou não a tal pessoa na tua vida, desejas que ela seja feliz.
– Quando compreendes que somos todos peças no puzzle da vida uns dos outros, espelhando o que cada um ainda tem de trabalhar e curar em si.
Fez sentido para ti?
Um beijinho grande,
Sílvia
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